sábado, 12 de outubro de 2013

3# Alemanha - Oktoberfest

Ein Prosit!

No final de setembro fui pra Munich com dois amigos pra conhecer a Oktoberfest original.

Encontrei muito mais do que uma festa.

Como o voo era muito mais barato (afinal milhões de pessoas querem ir pra Munich essa época do ano), fomos para Frankfurt e alugamos um carro. O aluguel do carro (uma nave espacial super confortável e bastante potente) saiu 120 euros para os três dias, ou seja, uma bagatela para cada um de nós.

Na fila da imigração já fizemos amizade com uma menina que está morando em Dublin e como era caminho, demos carona pra ela até Mainz e seguimos "pelas autoban da Deutschlândia..."

Imagina minha felicidade em não ter limite de velocidade na pista... HIT THE PEDAL TO THE METAL! chegamos a 220 km/h... numa estrada que realmente permite isso com segurança e com um carro bastante seguro...

Mesmo assim, não era raro me darem sinal de luz pra passar como se eu estivesse a 60 por hora... rs

Tivemos problema com o trânsito, muitos caminhões, obras em algumas partes e o número absurdo de gente seguindo pra Bavária, fez com que nossa viagem de 4 horas durasse 8...

Enfim chegamos em Munich na casa do nosso irmão alemão Marcus, que nos recebeu com churrasco e uma cerveja boa de verdade.

Cerveja é sagrada na Bavária. Faz parte da cesta básica e os impostos são super baixos, por isso mesmo, compra-se cerveja de excelente qualidade por preços que são brincadeira... o que se paga num pint na Irlanda dá pra comprar uma caixa de Paulaner, Erdinger, Hacker Pschorr, ou outra por lá... coisa linda!

Sem tempo a perder, fomos pra balada e pegamos uma Pachá em Munich... eu comecei a ver ainda mais as coisas funcionando no estilo alemão e fiquei babando... transporte público foda... limpeza... organização... gente bonita pra caramba...

Sábado acordamos com um Fruhstuck na casa do Marcus, especial pra aguentar a festa que viria... e ela veio de carona com o Schumacher...

Fomos pro local da Oktoberfest e uma imensidão de pessoas com as roupas típicas se juntava... as roupas são muito legais! o povo as veste com orgulho e as meninas ficam ainda mais bonitas! se o nó do vestido está para a direita, a garota é comprometida, se está pra esquerda, tá na pista! legal pra caramba...

no dia que fomos, o cálculo é de que havia mais de um milhão de pessoas... isso mesmo.. milhões de pessoas!

é gigantesco o local e as tendas imensas são muitas, todas organizadas por alguma marca de cerveja bacana e com gente saindo pelo ladrão... só o banheiro na parte de fora das tendas que é impraticável! 

Eles não servem nada pra quem está em pé (ainda não entendo o porquê), então conseguimos um lugarzinho pro Marcus pedir algumas cervejas e depois fomos nos aprochegando, e mais um pouco, até que todos estávamos sentados comendo e bebendo... e bebendo literalmente litros, porque "o canequinha" é de 1000 ml... acho que tomei uns sete... rs

Néctar dos deuses! acompanhados de repolho com bacon, pretzel, salsichao, metade de frango assado e mais uma porrada de coisas que o grau alcóolico não me deixa lembrar... mas tava tudo bom! kkkk

Um outro amigo alemão nos levou pra um lugar mais privilegiado em uma das tendas... a visão daquele mundaréu de gente fazendo festa e cantando juntos é algo que nunca vou me esquecer... a atmosfera é de muita alegria... a cerveja ajuda... mas tem algo de muito especial ali...

Tentam replicar essa festa no mundo todo, mas não há nada igual... agora eu posso dizer com certeza que estive no epicentro do culto à cerveja no mundo...

Deixei meu telefone em casa por medo de perder... acho que fiz bem... mas me arrependi em muitos momentos que não pude registrar como gosto...





Falei com gente do mundo inteiro... nos idiomas que eu me viro e em mais uns 15 que eu nunca ouvi, mas na hora eu sabia! kkkk

Obviamente que nos perdemos na festa... todos... menos eu e o Allan... que depois de aproveitar muito aquela esbóóóooooornia, saímos pedindo informação de madrugada, pros alemães completamente loucos e bêbados... no meio de Munich... sem ter noção de onde estávamos... apenas as coordenadas básicas pra voltar pro distrito de Eichnau (fora de Munich), na casa do nosso anfitrião...

até que encontramos o Oráculo!

Sim! Um alemão mais doido que o batman, que estava, sei lá por que, dentro da estação de metro com uma caixa de fósforos gigante... do tamanho de uma caixa de bombom... óbviu que eu fui conversar com o cara e perguntei, misturando inglês e alemão, pra onde deveríamos ir...

Ele, calmamente, tirou um fósforo, também gigante, de dentro da caixa... acendeu... (já estávamos dentro do trem) deixou queimar um pouco e assoprou... fuhssssss...

a fumaça apontou pra esquerda... ele disse que era pra lá... e claro, nós fomos! kkk afinal, como desconfiar de uma fonte tão fidedigna? 

GUEESSS WHHAAATTT? ele estava certo!!! eu sei que Deus protege os bêbados, mas dessa vez ele caprichou nos efeitos especiais!

Quando finalmente chegamos, levamos um susto, pois encontramos um dos nossos amigos com a cara detonada e sangrando no sofá. Ele não se lembra como, mas levou uma baita estabaco e detonou o nariz, a boca, as mãos... foi feio...

Antes de dormir, ainda sob o efeito da alegria líquida... fomos bater um papo do lado de um laguinho no quintal da casa do Marcus... e sei lá porque, eu vi um pequeno vulto vermelho na água e disse pro Allan... "Veja só o que eu vou fazer..." e enfiei a mão na água rapidamente, no melhor estilo tigre ninja e tirei (JURO!) um peixe com a mão!

Inacreditável!!! kkk coloquei o peixinho de volta na água e acho que rimos uns quarenta minutos até dar dor no fígado... tem coisas que só devem acontecer na Alemanha mesmo...

Voltamos no domingo com um pouco menos de trânsito pra Frankfurt, mas tivemos que recorrer ao GPS, às estradas vicinais e à velocidade permitida (a que o carro aguentava) pra chegar no horário... e chegamos!

Sem palavras pra agradecer ao meu amigo Marcus pela recepção em Munich... voltei com a certeza de que preciso passar um tempo maior naquele país... e de que uma vida somente não é suficiente pra aprender Alemão, mas acho que ainda assim vale a pena tentar!

Segue o barco pela Europa... tenho alguns planos pro Halloween e uma passagem marcada pra Oslo - Noruega, pra Novembro! em breve espero ter mais coisas legais pra contar...

Até! ;)

Minha versão da Milonga do Pajador

Por meio desta modesta história,
que venho amiúde a escrever
Vejo uma confusão de sentimentos que terapia não dá conta
Em busca de uma emancipação, complicada de se obter
de amores ainda morro por excesso em grande monta

Amanhecendo a beber de sonhos e dormindo ludibriado
Do amanha, amigo, só Deus pode dar cabo

Sem residência fixa, chefe e nem patroa
Se precisar como nuvem e tomo um gole de garoa
Existe algo de irresistível em abrir as tais fronteiras
E das histórias pra contar ainda não vividas
Ansiedade por ainda não tê-las!

Minha intuição é que me guia e desperta
Se a saudade chega a viola faz companhia
Num suspiro amargo o mundo fica pequeno
e me despojo das mágoas em água fria

As vezes quem nada tem é aquele que melhor vive
Quantas fortunas eu tive sem nunca ter um vintém
Amando e querendo bem sempre no maior empenho
E de nada me abstenho quando a incerteza me assalta
E até mesmo o que me falta, faço de conta que tenho

Desde de pequeno que me vejo desse jeito
Uma metamorfose ambulante
de cidade em cidade nessa constante mudança
roubando memórias, gostos e bocas lancinantes
onde isso tudo acaba, melhor continuar ignorante
Um dia hei de me lembrar
de terras ainda mais distantes

E quando eu caminhar pro céu
e me encontrar assim, de joelhos
sorrirei com o Criador pelas bênçãos vividas,
comporemos um samba de melodia bonita
E há, pois, de ficar bem maneiro

Sou grato imensamente ao imponderável
E sem querer ser muito atrevido
só de nascer desse jeito maluco
Já vale a pena ter nascido!