sábado, 12 de outubro de 2013

Minha versão da Milonga do Pajador

Por meio desta modesta história,
que venho amiúde a escrever
Vejo uma confusão de sentimentos que terapia não dá conta
Em busca de uma emancipação, complicada de se obter
de amores ainda morro por excesso em grande monta

Amanhecendo a beber de sonhos e dormindo ludibriado
Do amanha, amigo, só Deus pode dar cabo

Sem residência fixa, chefe e nem patroa
Se precisar como nuvem e tomo um gole de garoa
Existe algo de irresistível em abrir as tais fronteiras
E das histórias pra contar ainda não vividas
Ansiedade por ainda não tê-las!

Minha intuição é que me guia e desperta
Se a saudade chega a viola faz companhia
Num suspiro amargo o mundo fica pequeno
e me despojo das mágoas em água fria

As vezes quem nada tem é aquele que melhor vive
Quantas fortunas eu tive sem nunca ter um vintém
Amando e querendo bem sempre no maior empenho
E de nada me abstenho quando a incerteza me assalta
E até mesmo o que me falta, faço de conta que tenho

Desde de pequeno que me vejo desse jeito
Uma metamorfose ambulante
de cidade em cidade nessa constante mudança
roubando memórias, gostos e bocas lancinantes
onde isso tudo acaba, melhor continuar ignorante
Um dia hei de me lembrar
de terras ainda mais distantes

E quando eu caminhar pro céu
e me encontrar assim, de joelhos
sorrirei com o Criador pelas bênçãos vividas,
comporemos um samba de melodia bonita
E há, pois, de ficar bem maneiro

Sou grato imensamente ao imponderável
E sem querer ser muito atrevido
só de nascer desse jeito maluco
Já vale a pena ter nascido!


Nenhum comentário:

Postar um comentário