Tanta coisa... nem sei por onde começar...
Se existe algo que eu aprendi é que o arrependimento é
inversamente proporcional à convicção e para tudo o que é inversamente
proporcional, ao nos aproximarmos do infinito por um lado, a tendência do outro
é o zero...
Zero arrependimento, isso sim! Pois a convicção de ter feito
a coisa certa e dar inicio à corrida maluca tende ao infinito.
Dublin é uma delicia. Confesso que nem sabia direito o
porque da minha atração por esta terra, serio mesmo, não conhecia absolutamente
nada e continuo sem conhecer muita coisa, afinal, passaram-se apenas 10 dias
desde que cheguei de Portugal.
Já brinquei com o fato de todos os “Irish” serem mais
simpáticos e alegres que os ingleses por provavelmente estarem bêbados o dia
inteiro, mas o fato é que esse povo é bacana mesmo.
Na Inglaterra eu morei em 2007 e foi raro bater babo com
inglês. Não estão nem ai pra gente.
Pulando um pouco pros acontecimentos de hoje, por exemplo, uma senhorinha
muito simpática me parou no meio da trilha em Howth pra explicar o que eram as
blackberries que ela esta colhendo no caminho (eu perguntei se eram comestíveis) e quando soube que eu era do brasil, me disse que são parecidas como nossas
amoras (ela conheceu alguem do Brasil em algum momento), me passou uma receita de geleia caseira com maças, me ensinou a
conserva-las no freezer e ficamos de papo alguns minutos.
Uma graça!
Todos perguntam de onde você é e ficam sinceramente
interessados. Conversam e te tratam como gente.
To adorando isso aqui.
Mas voltando pro começo. Cheguei segunda feira dia 19 de
agosto em Dublin. Meu amigo irmão Tiago, que mora por aqui há três anos, foi me buscar
no aeroporto e no primeiro dia nos encontramos com o Rafael, um camarada de
Curitiba também e aproveitamos a promoção de pint de Guinness por 2 euros em um
bar. Coisa boa demais... e a Guinness aqui é diferente MESMO.
No dia seguinte dei umas voltas a pé pela cidade pra começar
a me localizar sem nenhum compromisso, mas com a programação de no dia seguinte
começar a me mexer pra arrumar um trabalhinho e pagar as contas.
Cedo na quarta feira fui tirar meu PPS que é como o CPF no
Brasil e sem o qual não se faz nada por aqui e tinha alguns currículos
impressos pra começar a procurar trabalho, mas sem muita pretensão de
conseguir algo.
Sai do escritório do PPS as onze da manhã, entreguei uns 4
currículos e comecei a caminhar na beira do Liffey, um belo rio que corta a
cidade e a divide em zona norte e sul.
No meio do centro financeiro da cidade encontro um café
muito tranquilo, reparo no staff e estão todos relaxados e sorrindo fazendo seu
trabalho e pensei, caramba, eu quero trabalhar aqui também, nesse sossego!
Pedi pra falar com o gerente e, como não devo nada pra
ninguém mesmo, disse exatamente isso, “cara, esse lugar é muito agradável, eu
adoraria trabalhar aqui!”.
Sentamos e conversamos por quinze minutos tomando café, sei
lá porque, ele gostou de mim e do pouco da minha historia que dividi. Sai de
lá empregado.
Minha procura por trabalho num país ainda saindo da crise durou três horas... tem coisas
que só acontecem comigo.
Comecei na segunda feira e é muito legal! Primeiro porque eu
uso o serviço públicos de bicicletas chamado Dublin Bike que custa 10 euros por ANO. Demoro 10 minutos pra chegar no trabalho, vou por caminhos muito bonitos, na beira dos canais e do rio, sem absolutamente nenhum trânsito ou babaca
buzinando e achando que bicicleta atrapalha.
Aqui é incrível a quantidade de ciclovias e do o tamanho do
respeito de TODOS os veículos com os pedestres e bikes. ISSO É EDUCAÇÃO NO
TRÂNSITO, PORRA!
Enfim... trabalhando de segunda a sexta e com os finais de
semana livres, vai me sobrar uma bela grana pra continuar viajando... e é exatamente isso que eu pretendo fazer...
Hoje acordei cedo e tava um baita sol... ainda é verão por
aqui e eu acordei já me coçando pra sair.... pensei 5 minutos pra onde gostaria
de ir e como não conheço nada pensei, porque não uma praia? Mas nem sabia o que
encontraria... pesquisei mais 5 minutos so pra saber mais ou menos onde ir e
decobri que existe um lugar chamado Howth, onde chega-se em meia hora de DART
(sistema de trem irlandês) com uma estação atrás do Trinity College... nem
pensei muito e fui... só com uma camisa curta... achando que ia andar uns 20
minutos pela tal praia e voltar...
Que nada!
O lugar é lindo, com picos de kitesurf e tem uma trilha
maravilhosa! Uma das vistas mais lindas que já tive a vida! E como eu não sou
de dar pra trás, encarei a trilha do jeito que estava mesmo... vistas de praias
lindas, das baías e portos... é como a visão que os pássaros devem ter do oceano... sol brilhando legal...
Aí pra completar... eu encontro o Rafael de Curitiba, do nada!, com uns amigos da escola de inglês dele... ficou ainda mais divertido... demos
risada pra caramba e pegamos um passeio pra uma ilhota perto de Howth...
Primeiro parecia que era roubada, um frio desgraçado no
barco conforme foi aumentando o vento e molhando todo mundo, mas depois o
capitão parou na ilha e disse que nos pegava em uma hora.
Ainda bem que as meninas tinham uns lenços pra me emprestar
e cortar um pouco o frio, porque o cabeção aqui tava congelando. Mas tudo bem,
virou piada do Mujahidin terrorista.
Lindo o lugar! Demais mesmo... uma mistura de cores e um
tipo diferente de líquen que fica dourado no chão e nas pedras. Vimos aguas
vivas... exploramos uma estação de radio antiquíssima (parecida com um forte), com direito à escalada e tudo e
de quebra vimos um monte de focas na praia!!!
Baita dia gostoso... mas tenho que voltar pra Howth...
porque ainda tem muita trilha pra eu fazer com calma e tem uns pratos de frutos
do mar que eu tenho que voltar pra experimentar!
Dublin tem se revelado muito mais especial do que eu
qualquer dia imaginei.
Em breve mais noticias, até porque minhas passagens pra
Oktoberfest em Munich já estão compradas! Ihaaaaa!!!!